Você sabia que um Rinoceronte, em linha reta, pode chegar a incríveis 45 km/h? Pois é, mas como fazer um Rinoceronte mudar de direção enquanto corre, assim como os Guepardos? Tarefa impossível no mundo animal. O que os caras da Hotchckis fazem é quebrar essas “leis naturais”, mas entre os automóveis. Ao instalar suas suspensões modificadas em Muscle Cars – donos de um torque massivo e aceleração absurda (mas muito desajeitados em curvas), esses clássicos recebem uma correção histórica com esses equipamentos. A melhor maneira encontrada pela empresa para tirar proveito das alterações e mostrá-las para o público, foi a realização de testes com os novos componentes e regulagens em uma pista de corridas, com toda sua infraestrutura e segurança. O Track Day no circuito de Willow Springs na California, mostrou o “antes” e o “depois” dos produtos Hotchkis aos consumidores com provas de slalom e voltas nas pistas, envolvendo a velha e a nova guarda do que há de melhor em Detroit.
Nos testes, vários carros estiveram envolvidos, entre eles, um Challenger 1970 totalmente original e um Camaro 2010 alugado, além de carros modificados pela companhia, um Challenger T/A 1970 e um outro Camaro 2010. O Challenger, original de fábrica, sofreu demais nas provas de slalom e volta na pista, como era de se prever. A sua largura aliada ao peso de um motor V8 440 Edge na frente e o feixe de molas na traseira fazia da tarefa de contornar as curvas quase impossível. Um jornalista no evento chegou a dizer: “Após ver o Challenger em ação só aumentou meu respeito pelos dublês do Vanishing Point (Corrida contra o Destino).
Já o Challenger T/A da Hotchkis estava equipado com o seu produto top de linha, a suspenção E-Max. Quem teve a oportunidade de dirigir o clássico teve apenas boas impressões. Era quase como dirigir um Kart de proporções épicas. O carro se manteve íntegro nas curvas e a direção era muito precisa. Fico a pensar se essa tecnologia estivesse disponível em 1970, a história das corridas da Trans-America poderia ter sido bem diferente. A única ressalva que faço em relação ao T/A Hotchkis são as rodas pretas de liga leve de gosto muito duvidoso.
Enquanto os jornalistas almoçavam, o pessoal da Hotchkis trabalhava para “salvar” a reputação do Challenger azul. Nesse intervalo foi substituída toda a suspensão original pela E-Max e a mudança seria da água pro vinho.
Agora o Rino de Detroit seria capaz de caçar gazelas, se assim quisesse. Toda a tarefa levou cerca de uma hora e meia e, com as chaves corretas, a Hotchkis mostrava que a alteração poderia ser feita em casa. Vamos ao que interessa, os números. Antes da cirurgia, o Challenger tinha 0.78g de aceleração lateral no slalom e completou a prova a 94 km/h. Com a nova suspensão os números melhoraram muito, foram para 0.85g e 102 km/h respectivamente. O tempo de volta sofreu uma significativa melhora também. Original, o Challenger virou 1.19.772 e, com a E-Max, otem despencou para 1.17.480.
No caso dos Camaros 2010 a diferença não foi tão grande, pois, como disse na legenda mais acima, os originais de fábrica já tem uma mentalidade mais européia no tocante a curvas. O Camaro alugado (vermelho) cumpriu o slalom a 107 km/h com 85g de aceleração lateral. Já o modificado pela Hotchkis terminou a prova a 111 km/h com 88g. O tempo de volta já revelou uma diferença maior entre os equipamentos. O Camaro alugado fez de 1.15.157 contra 1.13.490 do modificado pela empresa.
Os números falam por si, assim como os preços desses brinquedinhos. O equipamento usado no Challenger 1970 sai por US$ 3.000 (R$ 5.397 sem impostos) enquanto que as peças usadas no Camaro, mais “em conta” custam US$ 1.298 (R$ 2.335 sem impostos). A vantagem desse tipo de modificação é que ela pouco interfere no visual do carro e, no caso do Challenger, o torna diversificado. Você pode ir a um encontro com ele todo original, voltar pra casa, fazer a alteração, e ir se divertir numa pista, ou seja, o melhor dos dois mundos.
eu acho lindo esse challanger quase empinando na terceira foto